Enquanto chego, milhares de pessoas esperam a sua hora de finalmente partir.
Tantas vezes não sei onde fui ou quero ir,
mas é lá na Estação,
que vejo onde deixei meu mosaico-coração.
Chegar é deixar para trás aquilo que o tempo consumiu,
é fazer bons momentos virarem memórias.
E é bom saber escrever,
pra contar bem as histórias.
Porém, agora, tenho vontade de repartir,
dividir cada momento, um pouco de mim, com as pessoas.
“Re-partir” deixando gradativamente pra trás
algumas pertinentes conseqüências das minhas escolhas.
Porque partir é descobrir que as raízes que se deixam,
as conquistas, o ser, o mundo, é um abrir-se para o novo,
misterioso e desconhecido.
E partindo, vai-se redefinindo,
quem somos, de onde viemos…
vão se delineando novos confins e concepções de mundo,
de família aos amigos, do mais superficial ao profundo.
Chego em outra Estação tentando reconstruir o meu mosaico-coração
percebendo que pode ser que não sei onde estou,
ou mesmo onde quero ir,
mas que estou certo, do quanto é bom,
ter um verdadeiro significado o caminho que procuro seguir.