A minha ignorância e incapacidade de rumar sozinho
exige uma companhia segura e paciente.
Meu medo de não poder manipular situações e sentimentos pessoais
torna imprescindível amizades verdadeiras.
Não poder traduzir minha vida em palavras,
torna obrigatório o exercício cotidiano de regurgitar idéias, sensações, conclusões.
Vejo que o tempo passa e as portas não param de abrir,
as oportunidades são sempre muitas,
as vezes é a escassa sensibilidade o único impedimento.
Porém quase sempre vejo caminhos,
mas não sei pra onde rumar.
E é nessa constante indecisão contraditória
é que sem saber o que fazer, opto por amar.
E o amor, não o amor da novela das oito, Amor mesmo.
Acaba me transformando.
Possibilita descobertas novas e me faz ver que existe um mundo
que vai além do simples estar alegre, sorridente.
Esse amor faz vibrar com a Dor,
da mesma forma em que se festeja uma grande alegria,
não por loucura, folia.
Mas porque só se realiza junto,
não dá pra ser feliz sozinho.
Assim, olhando-me no espelho da Princesa,
me deparo com um Eu novo, aparentemente louco.
Com os mesmos medos, ignorâncias, insensibilidades, limites
mas certo de que amar, por Escolha e não por simples sentimento.
Deve ser aquilo que quero demonstrar de fato,
nesse meu auto-retrato.