Month: June 2007 Page 5 of 6

O canto do pássaro

canto do pássaro

O menino do sorriso já estava cansado de esperar a primavera. As chuvas do verão, o frio do inverno, só não eram piores que as contínuas mortes inerentes daquele longo outono.

Depois da viagem em que havia descoberto suas potencialidades, a alegria de viver a vida com simplicidade, mas sempre junto, sentia forte uma grande exigência de entender a Verdade.

Porém, ao chegar em casa, havia descoberto que tinham construído um longo túnel, impossível de enxergar o fim. Não sabia mais se a sua casa ainda estava ali, sua família, universidade, certezas. Só tinha consciência de que era preciso ultrapassar o túnel, mas não havia nada e o medo aumentava sempre que o menino do sorriso tentava ultrapassar os limites onde sua visão alcançava.

Aquele túnel escuro despertava uma grande incerteza e mesmo todos os baluartes edificados outrora e que, por si só, dariam segurança suficiente pra atravessar, não encorajavam o menino do sorriso. Porém a busca pela Verdade, com a profundidade infinita do mistério, despertava dentro dele algo incontrolável.

Em uma das tentativas sem sucesso de começar a entrar no túnel, o garoto começou a ouvir uma canção suave, com assobios ritmados. Olhou ao seu redor e foi descobrir um lindo passarinho verde sobre os ramos de um dos coqueiros, que estavam próximos da entrada do túnel.

Aquele assobio parecia querer dizer-lhe algo, era difícil de compreender, mas sabia que aquele pássaro estava cantando para o seu coração, para que ele entendesse aquela serenata dócil e conquistasse a coragem para seguir seu caminho.

Ouvindo o canto do pássaro canção o garoto do sorriso se lembrava mais claramente dos momentos em que havia cantado, dançado, aquela mesma sinfonia Divina… Da viagem e das descobertas, da primavera, outono, verão e inverno, aproveitados profundamente, um após o outro.

Contudo, o que se recordava com mais intensidade era a certeza de não estar sozinho na empresa do entendimento da Verdade. Havia muitos amigos, nos mais diversos pontos da terra, que buscavam a mesma Verdade, as mesmas certezas e que provavelmente teriam que atravessar o mesmo túnel.

Lembrava que havia aprendido a escutar o canto do pássaro verde, mas, sobretudo, aprendido a cantá-la com aqueles seus amigos. Fato que o ajudava a superar os mais simples e complexos obstáculos.

Quando estava com seus amigos, a canção do pássaro verde era ouvida com mais clareza, era como um alto-falante com instruções para chegar, estar, na Verdade.

Após aquela reflexão entendeu porquê poderia percorrer o túnel sem problemas, o assovio suave do pássaro verde evidenciava uma única certeza concreta: Não estava sozinho.

História dedicada ao Guilherme Moura que, no dia 9 de junho, fez aniversário.

A garota dos porquês e o girassol

garota dos porquês

Os questionamentos da “garota dos porquês” há tempos chateavam as pessoas a sua volta. A mania de querer entender tudo, seus sentimentos e ações, era somente suplantada nas horas em que a doce menina estava dormindo. Momento no qual ela mergulhava em aventuras que sempre respondiam alguma coisa, mas que igualmente fazia emergir dúvidas novas.

A “garota dos porquês” tinha ganhado do seu Pai um girassol. Simples, belo e que buscava desempenhar seu papel natural, acompanhando o movimentar cotidiano do sol. Seu amarelo forte, as pétalas, tudo seguia uma harmonia particular, sobretudo porque as chuvas abundantes nunca deixavam de nutrir a flor.

Nos períodos de seca, a “garota dos porquês” ia sempre no jardim regar o girassol. Com o regador cheio, inundava o solo e nutria a flor, que em troca, iluminava a garota com todo seu frescor e sua beleza, que decorriam dos cuidados dela.

Uma forte característica da “garota dos porquês” era que ela tentava sempre entender o mundo. Vivia intensamente cada momento, cada experiência, queria descobrir a beleza em cada coisa.

Porém um dia, ela foi convidada para fazer uma longa viagem para a terra da pizza. Foi uma grande surpresa, pois ela nunca havia saído de casa. Depois da felicidade inicial, veio uma tristeza profunda… ela teria que deixar o girassol… quem iria regá-lo enquanto estivesse fora?? E como ela viveria sem poder contemplar sua flor?

Contudo, devido as circunstância, ela se foi… a despedida foi muito difícil, pois o girassol era quem a escutava e acolhia suas dúvidas e medos.

Durante a viagem choveu todos os dias. Nunca o girassol esteve tão belo, as chuvas foram tão abundantes. O medo da “garota dos porquês” foi inócuo, pois seu Pai estava sempre de olho na flor.

Porém, a falta que o girassol fazia e principalmente a impossibilidade de contemplá-lo, deixava a “garota dos porquês” cada vez mais preocupada.

Tinha muitas coisas para fazer e conhecer na viagem… aos poucos ela foi esquecendo do girassol, tinham outras flores bonitas para contemplar e ela começou a pensar se realmente gostava do girassol.

Perguntas e porquês irrespondíveis fizeram com que ela entrasse em uma crise por não encontrar respostas e não se sentir igual à antes. Contudo, o girassol continuava o mesmo, não faltava água e ele estava reluzente.

A viagem acabou e a “garota dos porquês” voltou para casa. Tinha descoberto um novo mundo, contemplado diversas flores, mas ao ver o girassol lembrou de tudo aquilo que tinha vivido antes, do companheirismo e o crescimento sempre acompanhado pela bela flor.

        As experiências da “garota dos porquês” fizeram com que ela aprendesse como cuidar melhor dos girassóis e também o melhor modo de cultivar flores novas. Ela tornou-se uma jardineira e tanto e, enquanto cuidava das flores, preocupa-se menos em responder os seus porquês irrespondíveis.

Regra da cidade de Maria

cidade de Maria

Ei você!

 Sim!! Você!

 Que está perdendo tempo lendo meus absurdos devaneios!

 Que sorri,

 mesmo querendo chorar.

 Cala,

 quando quer falar.

 E quando atua,

 nessa fabulosa Divina Comédia,

 daqueles que amam

 e não procuram fazer média…

 Sorrir

 Chorar

 Calar

 Abraçar a dor

 São os primeiros passos,

 para acolher a tal lei do amor.

 De um amor que faz,

 não espera.

 Que serve,

quando a ordem impera.

 Entende que cada lição,

 nos faz perceber que tudo é escolha,

 opção.

 Sim… você mesmo.

 Não se faça de tonto(a)!!!

 Está com medo?

 Audaciosa demais a missão?

 Tudo é mais simples

Como as palavras dessa poesia

 Tudo é mais simples

 Basta amar,

 Dia após dia.

São as regras da cidade de Maria.

Attivo Atteggiamento

Attivo Atteggiamento

Come si fa a guardare la realtà
E non vedere chiaramente la povertà.
Stare in mezzo ad una generazione,
dove immensa è l’insoddisfazione.

Come si fa a vivere come mi pare,
e comunque non voler amare.
Credere che tutto è Relativismo
E quindi vendere l’anima al “Dio del Consumismo”.

Sperare, sognare.
È inutile aspettare.
Criticare, accomodarsi.

Amare, lottare.
Se sbagli, RICOMINCIARE.
Vai vanti, non fermarsi.

Mancanza

 Mancanza

Grande la mancanza in svegliarmi cosciente che stai con me,

mi manca il profumo tuo ed anche il sorriso

Mi mancono le email e le nostre chiamate

Ma soprattutto mi manca poter parlarci.

Mi mancano le certezze di che tutto è possibile

Mi manca la chiarezza di quello che sento

Mi manca vedere che non è illusione

E sapere che per Dio è la mia vocazione

Stare con te, condividere ogni ostacolo

Diventa facile abbracciare Lui abbandonato

Mi manca, ci manca, mi manchi.

Vivere l’attimo presente e perdere tutto,

sapendo che questo ci porterà un bel frutto.

Mi manca, ci manca, mi manchi.

Poesia scritta in ottobre 2005.

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