No imenso jardim que florescia durante a primavera.
De rosas, margaridas, orquídeas,
procurei uma flor, diferente,
não a mais bela,
mas a mais especial.
Passei os primeiros dez dias
analisando cada metro quadrado de flora,
incomodado por moscas, mosquitos e abelhas,
que pareciam se opor a minha empresa.
Os dias viraram meses e esses, anos, dois ao menos.
E não encontrava nunca àquela flor,
em meio as tantas outras comuns.
Porém certo dia, caminhado descalço no imenso jardim,
perfurei meu pé no que pensei ser um espinho.
Queria maldizer o mundo, falei mal até de Deus,
mas procurando ver em que tinha pisado,
encontrei a flor mais bela que já havia visto.
Suas pétalas delicadas,
o caule espinhoso,
porém de um verde intenso.
Era uma flor realmente magnífica.
Queria ela pra mim, não queria deixá-la morrer,
passava horas cuidando dela,
mas o inevitável aconteceu e ela se foi.
Virou alimento para os brotinhos que viriam florescer.
Morreu por amor.
Porém, os anos se passaram,
continuei procurando, querendo crer, sem temor
mas nunca mais encontrei naquele jardim,
algo tão belo como aquela flor.
Poesia em homenagem à Raquel Cassiolato, que fez aniversário ontem e agora encontra-se em Londres
Bruna Zibellini
Valter Hugo,
muito bonita essa poesia. Não tenho essa criatividade toda (¬¬’), por isso gosto de ler o que você escreve. Tá, às vezes, né, se não você vai achar que ‘o escritor’… =D
Você é um amigão!
Beijos pra você, Huguinho!