Procurei no dicionário alguma palavra, uma chave de leitura, que me ajudasse a descobrir se existe, por acaso, algo que me ajude a ver o mundo com os olhos novos. Entre aqueles quase 40.000 verbetes encontrei a palavra diálogo. Expressão tão pouco usada no vocabulário midiático que quase virou um termo exclusivamente eclesial.
A Wikipédia me diz que é diálogo é uma “conversação estabelecida entre duas ou mais pessoas”. Encontrei em outro dicionário: Entendimento através da palavra, conversação, colóquio, comunicação ou discussão ou troca de idéias, conceitos, opiniões, objetivando a solução de problemas e a harmonia. Contudo fico pensando se é possível realmente enxergar esse tipo de conversação na sociedade pós moderna.
O que se vê é uma industrial cultural cada vez mais hegemônica na produção de gostos padronizados e deixando brechas para atender os que se dizem “alternativos”. Governos cada vez mais autoritários e políticos que não se renovam. Pessoas que vivem individualmente num mar de milhões de indivíduo. Tudo é hegemônico e nada dialético.
Diálogo é realmente um termo de difícil compreensão para o “Umbigocentrismo” iminente nas sociedades contemporâneas, começando pelas mais simples relações interpessoais, ao diálogo entre nações, raças e religiões.
Bem, ontem, depois de uma palestra cansativa na faculdade, voltei conversando com duas amigas (amigas MESMO) e fui dizendo aquilo que tinha captado pessoalmente. Enquanto uma não fazia sequer o esforço de me ouvir (estava ainda apressada para ir embora pra casa) a outra, que sempre se diz a favor de todo mundo dizer aquilo que pensa, não deixava nem eu terminar a frase e já criticava cada palavra que saía da minha boca.
Voltei para casa pensando se realmente as pessoas sabem escutar umas as outras… Percebi que existe uma necessidade intrínseca do ser humano de falar, de se mostrar individuo, de se afirmar, nem sempre para os outros, mas para si mesmo, a vontade de ser alguém.
Porém, sem diálogo, sem o esforço de ouvir, de perder por alguns momentos as próprias idéias para acolher o Outro com seu modo de pensar, quase sempre dissonante com o que nós pensamos, não existe diálogo, pois não existem DUAS pessoas.
Ouvir não é só um sinal de boa educação, é estar pronto a perder a própria verdade para construir com os Outros a Verdade.
lorota
Ingênuas?! Pô Valter, igenuidade é alimentar demagogias, certos de fazer algo grande, quando na verdade, trata-se de reproduzir discursos! Não fazemos isso de modo algum! Falamos do que nos icomoda, das nossas fases e do modo como digerimos essa existência tão maluca. Valeu pela visita e volte quando quiser.
Carol
Terugo, só hoje consegui ler o seu texto de ontem e fiquei literalmente sem palavras… Dei de encontro com todas as minhas atuais limitações diante das dores do dia-dia. Agora renovo a minha opção…
Nati Pesciotta
V.H.,
Apesar de ser o exemplo de contrário ao seu pensamento, saiba que concordo com ele.
Admito que ando muitas vezes apressada, estressada e sem paciência, mas faz parte dos meus planos a tentativa de ser menos essas cosias todas.`
Só que às vezes preciso dialogar comigo mesmo pra poder depois explicar o que penso para o resto e, outras vezes… …estou sem paciência mesmo..huahauhau
Faz parte da convivência entre as pessoas tentar entender o jeito de ser das outras. Isso não significa que eu não deva tentar melhorar.
E sim, não podemos nos afogar em nós mesmos em meio a esse mar de gente.
Aliás, vc viu meu último post?
Vi seu comentário em um (polêmico) post antigo. Estou procurando seu post que trata do mesmo assunto para responder.
Está bravo comigo?
bjo,
nati