O mundo viveu grandes revoluções históricas, especialmente nos últimos duzentos anos. Mobilizações sociais, regimes extremistas, ações de tantos que almejavam um mundo novo, pensando no que achavam melhor, mas nem sempre deixando heranças proveitosas para as gerações posteriores. No Brasil, “Mensalão”, “máfia das sanguessugas”, impeachment, “operação navalha”, são alguns exemplos atuais dessa raiz corrupta dos detentores do poder no país. Uma pergunta permanece: dá para transformar a política?
Desde a colonização portuguesa, voltada para consumir os recursos naturais e minerais do Brasil, houve uma contínua postura proveitosa da grande maioria dos responsáveis pela administração do espaço público. Quinhentos anos depois, desenhou-se ainda uma crescente evolução dos mecanismos de corrupção. Uma nova fase do “crime organizado” endêmico, aparentemente isento de soluções.
Atualmente, medidas para dificultar as peripécias dos governantes corruptos têm sido adotadas de forma gradual pelo poder federal brasileiro. Escândalos envolvendo tanto o judiciário, quanto o legislativo e o executivo, estão mais presentes na mídia, fato de considerável avanço para a sociedade, que agora pode acompanhar o desempenho dos seus eleitos e aliados durante o mandato.
Acreditar em uma solução para essa endemia hereditária parece utopia vendo movimentos tão vagarosos, sobretudo punitivos a essas atitudes. A transparência nos mandatos, uma maior fiscalização da mídia como instrumento incentivador do acompanhamento da população, voltando às suas raízes de veículo de comunicação social, são algumas medidas aplicáveis.
A idoneidade comprometida da polícia federal, civil e militar com a população, suplantada por salários e condições de trabalho dignas, são os primeiros passos para que essas fiscalizações sejam efetivas e isentas de fraudes e subornos.
Porém, mesmo diante de todas as medidas concretas, que criem terreno para o combate a corrupção, é a transformação do “ator político”, que abrange todos os interesses da pólis (Estado) englobando a sociedade, a comunidade e a coletividade, que possibilitará avanços efetivos para o combate a corrupção. Antes de uma política verdadeira, concreta, nova, é preciso homens novos, cidadãos responsáveis do seu papel cívico.
Os iminentes fracassos de mudança social certamente se deram porque se buscaram mudanças de regimes, estamentos, mas não se buscou mudar o homem. Esse compromisso social e pessoal de cada um é o pré-requisito que possibilitaria viver em um país que efetivamente se desenvolve, não isento de problemas, mas pronto para buscar soluções visando o bem estar social.