Acordo assustado depois de uma noite mal dormida.
O som do sinal da escola ao lado ressona nos meus ouvidos, preparando-me para mais um longo dia.
Levanto, me troco, preparo o café e o silêncio que se instaura perturba.
Ligo o rádio, a tv, para não ouvir eu mesmo.
Saio, vou trabalhar e o meu walkman me acompanha em cada minuto do dia. Nada de brechas, o silêncio me incomoda, me entristece.
O dia passa e procuro conversar com as pessoas, estar o menos possível sozinho, para não correr o risco de ouvir a minha voz.
Chego em casa, ligo a TV. Nem me sento para assistir, mas fujo do silêncio.
É o silêncio que me fala, grita para que eu seja ao menos modestamente consciente de que existem passos necessários, escolhas delimitadoras, caso almeje a Felicidade.
Encosto a cabeça no travesseiro e me rendo. Dou-me conta da vida mesquinha e alienada que tenho vivido. Faço muito e vivo pouco. Nem tudo tem sentido, nem sempre acredito que o que eu faço vale a pena. Quase nunca estou feliz.
Aquele diálogo momentâneo, de poucos minutos comigo, serviram para que eu aprendesse a silenciar.
vivi
… o silêncio tb me perturba, talvez seja essa a razão pela qual eu falo tanto, inclusive sozinha. Mas sei que o silêncio tb é importante para ouvirmos a voz do coração, a voz do Espírito Santo, pois, as vezes, os rumores do mundo nos impede de ouví-Lo.
Valter, obrigada por tudo!
Uno, in via.