Faz três meses que venho tentando descobrir os bens e malefícios de sentir Saudade.
Essa tal “espécie de lembrança nostálgica, lembrança carinhosa de um bem especial que está ausente acompanhado de um desejo de revê-lo ou possuí-lo (Wikipedia)” é algo exclusivamente egoísta ou é fruto de um amor verdadeiro?
Hoje acordei morrendo de saudades… da vida que tinha, de quem eu era, daquilo que vivi. Não fiquei alegre, na verdade doeu muito saber que o que passou, passou, e o que me sobra são três palavras (e um artigo): Viver o momento presente.
Novamente me lembro que SAUDADE é uma palavra da língua portuguesa. Que designa um sentimento nosso, da nossa afetividade brasileira, do nosso modo de nos relacionarmos, amarmos.
“Uma única palavra para designar todas as mudanças desse sentimento é quase exclusividade do vocabulário da língua portuguesa em relação às línguas itálicas; há mesmo um mito de que seja intraduzível. Recentemente, uma pesquisa entre tradutores britânicos a apontou como a sétima palavra de mais difícil tradução.” (Wikipedia)
A origem da palavra eu fui buscar também na enciclopédia digital. (…vem do latim “solitas, solitatis” (solidão), na forma arcaica de “soedade, soidade e suidade” e sob influência de “saúde” e “saudar”) Saudade é saudar a solidão… festejar o fato de estar só, não intrinsecamente, mas para ser DOM. Perder o outro, POR AMOR.
Os nossos irmãos lusitanos dançam o Fado justamente para celebrar esse sentimento tão inexprimível…
A tal wikipedia diz que é possível “matar a saudade” “relembrando, vendo fotos ou vídeos antigos, conversando sobre o assunto…” mas disso eu discordo profundamente. Todos esses procedimentos “auto ajudáveis” só intensificam o sofrimento pela distância, a renúncia de nós mesmos. Concordo que “A saudade pode gerar sentimento de angústia, nostalgia e tristeza, e quando “matamos a saudade” geralmente sentimos alegria.” Porém tenho descoberto outras facetas desse sentimento tão particular.
A saudade serve de impulso contra o nosso egoísmo. Concretamente, vivemos ligados às lembranças de coisas boas, de sentimentos bons, de prazer pessoal, mas que muitas vezes nos fecham em nós mesmos.
Entendi então que o melhor modo pra “matar a saudade” é viver o tal MOMENTO PRESENTE… estando perto das pessoas que encontro, ligando para um amigo distante, arrumando a casa… nada de muito GRANDE, mas a vida é feita mesmo de pequenos atos.
Assim, a saudade passa, a alegria volta e se pode viver realmente a FELICIDADE por quem está longe, sabendo que a gente pode sempre se encontrar nesse PRESENTE bem vivido, aproveitado, até o fim.
Anonymous
Saudade sempre foi uma palavra mágica para mim. Começou com esta história de só existir em português, o que sempre me pareceu um nacionalismo meio bobo. Então uma pessoa que não fala português não sente saudade ? Depois, porque na minha história pessoal eu sempre disse, com o orgulho de quem não pensou muito no assunto, “que eu não me arrependia de nada do que tinha feito, só do que não havia feito”…Logo, os temas para se sentir saudade eram limitados para mim…
Mais tarde abri mão do orgulho e passei a sentir saudade livremente. Mas a melhor definição que ouvi um dia desses foi a de que saudade é a presença da ausência. É isso. Não importa de dizermos “I miss you”, ou se apenas pensamos melancolicamente em alguém ou em alguma coisa… Saudade é um sentimento que valoriza o nosso passado. E como diz Paulinho da Viola (ou o pai dele, na música), “quando penso no futuro, não esqueço o meu passado”….
Valeu pela lembrança do tema…Abraço.
Victor Luiz
Em tempo : Obina é melhor que Eto’o