Day: 28 March 2007

Valter Hugo Muniz… por Clara Caldeira da Silva

Valter Hugo Muniz

“… There was a boy

A very strange, enchanted boy

…A little shy and sad of eye

But very wise was he…”

(Nature Boy – Eden Ahbez)

Nascer jornalista é difícil, mas crescer jornalista é possivel e de fato acontece. Valter Hugo Muniz Tenório Silva tem 23 anos e faz jornalismo na PUC – SP. Ele é uma dessas pessoas que tem o jornalismo quase como uma característica intrínseca. Desde pequeno a tendência se manifestou naturalmente nele quando, na escola, vibrava com as aulas de literatura e história. Os livros sempre foram seus companheiros, talvez pelo fato de sua mãe ser professora polivelente do ensino fundamental. E quem sabe o pai, que trabalha com informática, o tenha influenciado quanto ao caráter interativo e acelerado da profissão.

Dividindo seu dia entre as sete horas que passa em seu trabalho, na editora Análise que se localiza no centro da cidade e as horas restantes que passa na faculdade, Valter não deixa de lado seus projetos pessoais. Parece que ele atingiu seus objetivos de infância unindo a história – já que a editora em que trabalha se dedica à produção de anuários – à escrita – quando finalmente, nos finais de semana, se dedica às atividades da faculdade – mas para ele não é o suficiente. Valter ainda encontra tempo para a produção de seu boletim virtual, o Provocação. Com esta inicitiva ele conquistou liberdade para veicular suas opiniões, podendo fazê-las chegar aos olhos de outras pessoas. Seu blog também é mantido com o objetivo de estimular discussões e debates além de publicar é claro seus poemas e escritos de todas as naturezas.

O fato de Valter Ter optado pelo jornalismo encontra explicações também nas carreiras que seguem seus melhores amigos, todos voltados para as humanas, estudando publicidade, multimeios e relações internacionais. Ele também encontra em sua namorada, que faz relações públicas, correspondência quanto à área de atuação escolhida. Mas em casa a situação é diferente. Apesar de sua mãe ser professora e seu pai trabalhar com informática, as irmãs – sim porque ele tem duas – optaram por coisas bem diferentes. Uma faz moda e a outra é formada em enfermagem e quem sabe Valter, em busca da auto-afirmação como único homem entre os filhos, resolveu escolher algo que o diferenciasse de suas irmãs.

Quando o assunto é musica Valter prefere as internacionais. Ele sente em inglês, italiano, espanhol e escreve em portugues. Um garoto de diversas facetas, sem sombra de dúvida. A cada novo ângulo do qual o olhamos vemos um novo Valter e a cada novo Valter que vemos passamos a olhá-lo de outro ângulo. Sorridente, brincalhão, debochado, Valter é quase um menino, que esconde por detrás da alegria a idade que não aparenta ter. Inquieto, profundo, reflexivo, Valter é quase um poeta, que esconde por detrás da alegria a seriedade daqueles que não conseguem deixar de sofrer. “A very strange, enchanted boy”.

Clara Caldeira: construindo um mundo mais belo

Clara Caldeira

1 pessoa, 10 minutos de conversa, algumas palavras, que tentam definir: uma vida. Clara Joséphine Figueirdo Caldeira da Silva, ou só Clara Caldeira mesmo, tem 19 anos, francesa de nascimento, mas brasileira de registro. Ajudada pelo método construtivista de ensino, cresceu livre para traçar seus caminhos e realizar dois grandes sonhos: mudar o mundo e reavivar o jornal e a produtora do avô falecido.

Quando se olha para os belos olhos claros, penteado moderno, roupas estilo hippie, dificilmente percebe-se a pouca idade, ainda mais “disfarçada” pela maturidade e a transparência da jovem Clara Caldeira.

Nascida em Paris, fruto de um relacionamento entre dois arquitetos que migraram para França a fim de realizar estudos de pós – graduação, transferiu-se com seis meses para o Brasil, mais exatamente no bairro de Perdizes em São Paulo, onde vive até hoje.

Clara Caldeira teve o método construtivista do Colégio Vera Cruz como suporte para a formação da sua educação. A liberdade de construir o conhecimento foi importante para ela, que, ao aprender como se escreve um texto dissertativo na oitava série, entendeu que talvez seria o Jornalismo o caminho a seguir profissionalmente.

O falecido avô, jornalista, foi um dos grandes modelos para a Clara Caldeira. “Eu escrevia textos desde pequena e meu avô corrigia” – diz a jovem que também foi estimulada pela presença dos pais, que, apesar de arquitetos, escrevem muito bem. Ela, além do jornalismo, tem interesse pelas artes, o que ela mesma define como uma tendência à valorização da estética.

A jovem Clara Caldeira mora com a mãe e o irmão de 16 anos após a separação dos pais, que tem outro filho de três anos de um outro relacionamento. Trabalha há um mês em três publicações direcionadas da Editora Monte Castello e chegou a trabalhar na ong Cenpec em 2006, em que ela considera ter sido uma boa experiência.

Clara Caldeiraquer ser jornalista, pois acredita que escrever é um dos seus talentos. Que através da escrita pode realizar seus sonhos: mudar o mundo e reavivar a publicação “Jornal Verde” e a produtora Jaraguá Filmes, do seu falecido avô. Tem como objetivo escrever, preferencialmente em uma publicação mensal, sobre cinema ou política e quer aproveitar ao máximo as experiências de estágio para descobrir o que gosta.

Escalada: ultrapassando as barreiras para superar nossos limites

Escalada

Difícil mesmo é ultrapassar as barreiras, superar nossos limites, rumo a escalada do muro que nos leva ao diferente, mesmo que seja pelo bem dos outros. Em contrapartida, o papa Bento XVI disse certa vez: “O TUDO que se encontra em Deus é sempre imensamente maior do que aquilo que se deixa por Deus.”

Às vezes têm-se medo de acreditar que a dor é o passo imprescindível para o crescimento. Que é através dela que construímos uma felicidade verdadeira, a longo prazo.

A crise é sim um momento de questionarem-se valores, mas não de evidenciar o pessimismo, negativismo e sim vê-la como situação de decisão.

Em muitos relacionamentos são exigidos passos difíceis, tantas vezes aparentam impossíveis. As diferenças, quando demonstradas, exigem um esforço enorme para serem entendidas e superadas.

Ouvir, dialogar (diálogo é, etimologicamente, a busca conjunta de um conhecimento desconhecido) são atitudes necessárias para que se ultrapassem esses momentos de crise.

Porém, o que sustenta a vontade de “atravessar o muro”, e isso eu digo pessoalmente, é o amor que sentimos pelo outro. A preocupação em crescer juntos, em ser responsável pela felicidade, ajudando a pessoa amada a caminhar, tendo sempre uma grande misericórdia e paciência.

A partir dessas certezas os caminhos que se abrem são infinitos e, só assim, pode-se crescer juntos.

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