Month: February 2007 Page 2 of 3

Salvem as nossas famílias

famílias

Os últimos episódios de violência no Brasil e no mundo têm assombrado a nossa sociedade e agora, os mesmos, adquirem ainda mais caráter de caos, pois a natureza começa a reagir aos maus tratos feitos pelo homem, não somente entre os seus semelhantes, mas com o Criado.

Contudo, um pequeno esforço faz perceber que existe uma raiz para todos esses problemas: o descaso pela família.

Recebemos de herança da geração nascida na metade do século XX o desejo de liberdade. Contudo essa vontade de Ser, indivíduos, nos tornou enfim, individualistas. Com mais direitos que deveres; mais eu, que nós e assim, o antro da vida compartilhada, da “divisão de bens” (materiais e espirituais), passou a ser mais um subterfúgio para a realização de prazeres pessoais.

Salvar a família, como dizia um político italiano Igino Giordani,é salvar a civilização.

O descaso e o desrespeito dos filhos em relação aos pais, o autoritarismo ou o excesso de “liberdade” dos pais para com os filhos são já atitudes fracassadas e que evidenciam a necessidade de pegar novos caminhos.

Se construirmos famílias enriquecidas de amor e cumplicidade verdadeiras, podemos dar os primeiros passos para resolver o problema da violência, do respeito, da importância que existe em cada ser humano.

Pseudo amor humano: o evidente enfraquecimento dos relacionamentos

Pseudo amor
Conversando com amigos, colegas de trabalho, jovens de diversos lugares, países, tenho percebido um evidente enfraquecimento no modo como se procura viver os relacionamentos, especificamente, no namoro. Em um ano, muitos foram os casos de amigos que passaram a estar juntos para começar a se conhecer e construir algo, mas que acabaram ao meu ver, por precipitação, terminando o relacionamento em menos de seis meses.

Como isso passou de exceção à regra, decidi me questionar sobre como procuramos construir nossos namoros. Sinto uma certa fragilidade e falta de coragem em enfrentar as dificuldades que qualquer relacionamento proporciona. Que o amor é sempre menor que elas.

Acredito que essa postura permeie há muito tempo o modo como nossos “pais” construíram os relacionamentos deles, que muitas vezes por motivos sociais, foram construídos de modo frágil e que gerou danos profundos nas famílias de hoje.

O desafio da nossa juventude é incutir a radicalidade, específica da nossa geração, no modo como construímos nossos namoros. Acreditar que o amor EXISTE e abastecê-lo com sinceridade, honestidade, abertura e se nada disso existir: misericórdia e paciência.

Não precisamos sonhar ou esperar que o Outro seja aquilo que especulamos, mas se existe amor, é preciso lutar, sofrer, chorar, para construir algo verdadeiro e perene. Desistir nas primeiras dificuldades é covardia, é não entender que edificar algo verdadeiro e eterno requer muito empenho e coragem.

Pois, se não fizermos desde já esse esforço, seremos mais uma geração de famílias sem bases, frágeis e isso causará malefícios decisivos para as próximas gerações.

Somos assassinos

Somos assassinos

Ligo a TV me assusto com aquilo que o mundo virtual quer me impor… São muitos watts de informação mastigada, superficial e sem escrúpulos.

O episódio do assassinato do menino, brutalmente arrastado por quase 10kms. é um exemplo fresco.

Assistindo o Fantástico ontem, senti certo repúdio no modo como os meios de comunicação dramatizam um acontecimento tão sério, um problema crônico.

Apontar um culpado, incriminar de forma revoltosa os adolescentes que praticaram o roubo que resultou na morte do menino de 6 anos é simplificar a realidade que existe e assola o Brasil há muito tempo.

Ninguém se sente assassino por estar omisso e passivo em relação à pobreza, a desigualdade social, que para muitos, meia dúzia de assistencialismos resolvem o problema e acalmam a alma de quem os pratica.

Certamente esses adolescentes pagarão com as suas vidas pela morte desse garoto… serão talvez estuprados, massacrados, pelo horrendo ato que cometeram, mas NADA vai trazer de volta a vida daquele menino e a alegria da sua família.

Andando pelas ruas do centro de São Paulo, no caminho para o meu trabalho, vejo ao menos uma meia dúzia de mendigos, bêbados, deitados e jogados pelo chão… porém o que mais me incomoda são as crianças… imundas, esparramadas pelas calçadas, como lixo.

Essas crianças sem futuro, sem oportunidades, sem pais, certamente não se importam em perder sua liberdade e suas vidas, porque nunca tiveram nada. Elas crescem banalizadas, refugo social, mas procuram seu espaço, que é sempre negado pela nossa postura egoísta, omissa e passiva.

A culpa é desses meninos?? Não… é minha.

Corrida rumo ao Nada: pois caminha-se buscando encontrar algo

rumo ao Nada
Corro rumo ao Nada… e tento parar pra olhar para trás e me dar conta do operado, conquistado, mas tropeço e caio nas glórias passadas, pois não vejo o presente e me atrapalho com os obstáculos do agora.
Corro… Para alcançar um futuro distante, mas perco o presente sonhando, imaginando algo inexistente e dúvidas irrelevantes.
Corro, mas tento parar pra pensar se tenho levado a minha vida dando o peso real a cada coisa, escolhendo prioridades, pois a corrida é tão intensa que parece difícil não me confundir imerso no mar tempestuoso de informações, escolhas, tentações, inseguranças…
Mas… Chega!!! Parei de correr pra perceber se consigo, acima de tudo, viver. Renascer nas pequenas coisas que passam quase sempre despercebidas, irrisórias, por não causarem tanto impacto psico – emocional…Essa corrida que envolve toda a nossa vida, nos priva de saborear os momentos, curtir as fases, o tempo, os passos. Mas enquanto corremos querendo alcançar e conquistar mais, perdemos a única coisa que temos efetivamente, o presente.

Por enquanto

Por enquanto
Enquanto a gente passa horas e horas na frente do computador, perdemos inúmeras oportunidades de nos relacionarmos com quem está ao nosso lado.
Enquanto nos divertimos assistindo vidas no Grande Irmão, imaginando-se nas situações que o programa sugere, perdemos a oportunidade de viver nós, as nossas experiências, construir nossas vidas, futuros e sonhos.

Enquanto caminhamos olhando pro chão, perdidos na nossa introspecção, perdemos a oportunidade de olhar para o céu e para os outros e assim descobrir que o mundo é muito mais que o “nosso mundo”.

Enquanto a gente escreve mensagens nas redes sociais como desencargo de consciência, para dizer a quem amamos que, em meio a nossa frenética e egoísta vida, conseguimos separar 5 minutos do nosso dia para deixar um recado, perdemos a oportunidade de 5 minutos de um telefonema ou de uma visita em que se pode olhar o outro nos olhos, abraçar e realmente expressar um amor verdadeiro e humano.

Enquanto a gente corre para fazer muito em pouco tempo, acreditando que será uma oportunidade única, perdemos a oportunidade de viver uma vida equilibrada e que possibilite fazer bem as nossas obrigações e que finalmente sobre mais de 5 minutos para visitar ou ligar para quem amamos.

Viver pelos outros parece sempre um desafio intransponível, um paradigma difícil de ser quebrado, mas enquanto perdemos tantas oportunidades de perceber que só assim conseguimos uma realização perene, continuaremos caminhando em círculos.

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