palavra

É sempre mais fácil dizer aquilo que achamos do mundo, criticar, julgar situações e pessoas. Acreditar na nossa razão, confiar nos nossos instintos e potencializarmos o valor da nossa auto – suficiência.

Ou…

É sempre mais fácil calar-nos, omitir tudo aquilo que vemos, tirar o corpo fora nas situações e nos relacionamentos com as pessoas. Não nos envolvermos e deixar-nos levar pela nossa falta de confiança e dependência das outras pessoas.
Contrastes de caráter, pois parece que em qualquer relacionamento, um fala e outro escuta, um se abre e outro se fecha, um diz o que pensa e o outro omite. Parece troca, mas não é.

O silêncio é a comunicação por excelência, o ápice, que mostra desnecessário a materialização de desejos e idéias em palavras. É estar sintonizado no Outro ao ponto de nos entendermos através de olhares, gestos…

Porém, não é possível esperar essa sintonia, esperar do Outro, e para isso a comunicação é imprescindível. Comunicar (e muitas vezes comunicar é permanecer em silêncio) é sobretudo permitir que se construa essa ponte em direção ao outro, para que esta sintonia possa transformar e potencializar cada relacionamento.
O silêncio. Que importância avassaladora existe nesse calar-se!! Afinal de contas, se alguém falasse e o outro não permanecesse em silêncio, não haveria comunicação, pois ela nasce do comum acordo entre o silêncio e a palavra.