Procuro observar o mundo
através da objetiva divina e
Encontro-me no mar de cabeças.
entre corpos que inoportunamente se tocam,
o calor que sufoca,
Provo do mal cheiro dos doces chicletes das adolescentes,
da ininterrupta falação e o ônibus… ai o ônibus …
Parece nunca chegar ao final da estação.
Horas em pé agridem o físico,
de um corpo mortificado pela mesmice,
que não contenta e me deixa triste.
Por um instante enquanto tudo advém
uma paixão indescritível toma conta do meu “querer ser”
Ali está a objetiva divina
E me dou conta que estou aqui!
sou do Grande Espetáculo uma irrisória parte.
contudo estou deixando a minha assinatura
No Livros de Visitas da humanidade.
Vítor
Agora entendi o “mas eu escrevo no ônibus”
Escreves sobre o ônibus
nos dois sentindos
O que vai e o que fica
nossos seus amigos
O que vai para a órbita
e o que fica nos “orbíta”