(adaptação feita a partir de um texto de um autor desconhecido)
Crises sempre tomaram conta da minha vida. Estabelecer uma convivência pacífica e, sobretudo, saudável com elas tem sido meu maior desafio. Contudo a maior crise que vivencio ultimamente é a chamada “crise de um quarto de vida”, ou melhor, de “vinte e poucos anos”.
É quando você pára de sair com a galera e começa a perceber muitas coisas sobre você que você mesmo não conhece e pode não gostar disso.
Você começa a se sentir inseguro e pensar sobre onde você vai estar daqui a um ano ou dois, mas de repente se sente inseguro porque você mal sabe onde está agora.
Percebe que as pessoas são egoístas e que, talvez, aqueles amigos que você pensou que eram tão próximos não são exatamente as melhores pessoas que você encontrou em seu caminho, e pessoas que você perdeu o contato eram algumas das mais importantes. O que você não consegue perceber é que eles percebem isso também, e não estão sendo frios, grosseiros, ou falsos, mas estão tão confusos quanto você.
Você olha para seu emprego…e não é nem perto aquilo que você imaginava que estaria fazendo, ou talvez você esteja procurando emprego e percebendo que vai começar do zero e isso pode te assustar.
Suas opiniões se tornaram mais fortes. Você vê o que os outros estão fazendo e se encontra julgando mais do que o usual, porque você percebe que desenvolveu certos limites na sua vida e está constantemente adicionando coisas na sua lista do que é aceitável e o que não é.
Em um minuto, você está inseguro e no próximo, seguro. Você ri e chora com a maior força da sua vida. Você se sente sozinho, assustado e confuso.
De repente, a mudança é sua maior inimiga e você tenta se agarrar ao passado com a vida boa, mas logo percebe que o passado está cada vez mais longe, e não há nada a se fazer a não ser ficar onde está ou caminhar para frente. Escalar o muro ou se contentar em sonhar com o que se esconde atrás dele.
Agir como um idiota se torna patético. Você sente as mesmas coisas e enfrenta as mesmas questões de novo e de novo, e conversa com seus colegas sobre as mesmas coisas porque você não consegue tomar decisões.
Você se preocupa com empréstimos, dinheiro, o futuro e a importância de construir sua própria vida… e mesmo se estar ganhando a corrida parece maravilhoso, neste momento você gostaria apenas de participar!
Estamos em uma das melhores e piores épocas da vida, tentando o máximo que podemos acabar com isso. Porém, não tem escapatória. A única solução plausível é viver bem o momento presente, fazer com que cada noite, ao nos deitarmos, possamos sentir a plenitude de um dia bem vivido, projetando no presente a verdadeira felicidade, outra descoberta a se fazer, mas que daria outro texto reflexivo.