Month: August 2006

Espere o outono chegar: A importância de dar tempo ao outro

outono

Basta que se espere o outono chegar… pois, na primavera, enquanto a morte dá lugar à vida e as flores germinam, a natureza se prepara para mais um ciclo existencial.

Sucedendo o inverno, que contrai as células de cada ser vivo, potencializa-se a produção de energia, a aurora e o vento suave revigoram o ressurgir da flora.

Durante este período que as árvores geram flores e frutos, funde-se a ligação da haste das folhas ao caule. É a beleza resplandecente da criação que atinge o ápice e se prepara aos poucos para morrer.

Tentando arrancar as verdes folhas de uma árvore na primavera, será necessário certo esforço, mas esperando chegar o outono, onde as folhas secam e caem, ecoando uma renovação natural, pode-se poupar demasiado sofrimento.

Existem momentos, sobretudo nos relacionamentos que construímos, em que acabamos querendo arrancar do outro algo que ele ainda não está pronto para nos ceder.

A angústia causada pela incapacidade de esperar sufoca não somente quem quer tirar, mas principalmente àquele que é obrigado a dar. O segredo está em aguardar o outono chegar. Assim se respeita o tempo do outro até que o mesmo possa dar naturalmente o que é preciso, renovando o relacionamento.

Outono: 

n substantivo masculino
1 estação do ano que se situa entre o verão e o inverno [No hemisfério sul, inicia-se quando o Sol atinge o equinócio de março (21) e finda quando ele atinge o solstício de junho (20); no hemisfério norte, principia quando o Sol atinge o equinócio de setembro (22) e finaliza quando ele alcança o solstício de dezembro (20).]

Redescobrir o óbvio: a felicidade em perceber o valor da vida

Redescobrir

Uma alegria imensa tem invadido ultimamente o meu coração. Uma felicidade profunda por poder fazer parte deste Grande Jogo e ser mais uma peça que se deixa conduzir no Tabuleiro. Pode ser que eu esteja a redescobrir o óbvio. Mas, toda vez que tenho ido ao Seu encontro mesmo não estando fisicamente pleno, essa alegria parece querer transbordar. É nesses momentos que reencontro as minhas certezas, que se dissipam as complexidades que intermitentemente me atrapalham a viver amando.

Buscando uma resposta para todo esse bem estar descubro a morte… e morrer me faz feliz.

Às vezes me vejo tão apaixonado, querendo redescobrir a vida, que acredito que não vou viver muito. Vou morrer jovem. Nascemos para morrer. “Se alguém quiser me seguir, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me. Pois o que quiser salvar a sua vida, perdê-la-á; mas o que perder sua vida por amor de mim e do Evangelho, salvá-la-á. Pois de que aproveitará ao homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma” (Mateus, XVI; 24 a 26)

Intelectualmente, agora, entendo o porquê dessa Luz que não tem me deixado em nenhum momento.

Esse meu desejo de entregar tudo, o que tenho e o que sou, me sustenta, conduz.

Que eu morra sempre Senhor, em cada momento,
para que o meu olhar não se perca,
quando guiado pelo firmamento.

Comunicar, me doar, provocar | Sobre o início do escrevoLogoexisto

Comunicar“Comunicar é doar a si mesmo, é compartilhar aquilo que se é e o que se sabe, em prol do bem comum, da humanidade. Comunicar, me doar, provocar”.
(Do diário pessoal do autor)

Quando alguém procura pensar naquilo que almeja ser e principalmente quando isso não vem de forma natural, mas é exigido pelo tempo quase sempre inoportuno, muitas dúvidas, medos e angústias podem surgir.

No meu caso foi diferente, desde sempre fui um apaixonado por relacionamentos. Estar com as pessoas, ter muitos amigos, conversar, até por carta ou telefone, sempre foi algo que fiz. Relacionar-me incutiu aos poucos em mim a idéia da importância de comunicar bem, de ser claro, profundo, para poder compartilhar melhor aquilo que vivo e experimento.

Durante o Ensino Médio, essa certeza foi se concretizando pela aptidão natural pelas ciências humanas e assim o jornalismo começou a se desenhar na minha vida. Comecei a ler muito, me apaixonar não somente pelas histórias, mas sobretudo por como os autores conseguiam materializar em palavras, pensamentos, fatos e consequentemente criar um universo paralelo, cada vez mais fantástico e maravilhoso.

Para quê comunicar?

Tudo bem, era incrível, mas para que? Sempre tive grandes aspirações, ideais… Não conseguia ver um mundo tão desigual e não poder fazer nada. Queria de alguma forma fazer a minha parte, desenrolar o meu papel no Grande Jogo.

Percebendo os meus dons, acreditei que poderia usar a facilidade para me comunicar e assim, de alguma forma, realizar esses anseios pré – definidos.

Luís Fernando Veríssimo, Rubem Alves foram alguns dos nomes que me encantaram e fizeram com que eu tivesse a certeza de que escrever sobre o mundo é uma ação concreta, é um já e não agora para a melhoria da sociedade. Porém, foi Antônio Abujamra, o provocador, que mais me encantou. O seu questionar, comunicar o diferente, preocupar-se com o indivíduo, sem motes preconceituosos como o conceito de massa, me impulsionou a refletir, a procurar soluções, a olhar para mim mesmo e ver o que poderia fazer de forma concreta. Quis fazer igual.

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